Wednesday, May 27, 2009

DEZ A ZERO PRO MAGIPACK.

Em tantos anos de vida, se tem uma coisa que ainda não aprendi a fazer, além de limpar o umbigo, é cortar papel plástico, desse Magipack.

Se o SESI lançasse um curso técnico, juro que fazia.

Tem que haver uma regra, um tutorial, um passo a passo para criaturas unicelulares.

Sei lá: medir certo, puxar com força proporcional, cortar retinho e lacrar esticadinho. Diferente do que normalmente acontece: não achar a ponta do rolo, puxar menos do que o necessário, cortar torto, enroscar/engruvinhar.

O meu desperdício deste produto só não é maior do que o do ex-pivô Pipoca nos lances livres.

- Filho, você cobre o pirex com o Magipack?
- Prefiro um tiro de raspão.

Toda vez que a incômoda tarefa me cabe vejo um filme em câmera lenta passar na minha cabeça. Os atores são péssimos. Não há direção. Podemos ver o joelho do homem que segura o microfone. No filme há uma espécie de cabo de guerra entre dois condados vizinhos. O cabo é na verdade um pedaço deste plástico. A câmera afasta e vemos que entre os dois povoados há um lago vermelho borbulhante, na verdade, uma baixela com restos de macarronada ao sugo.

Ao meu entender, o maior problema envolvendo o uso deste produto está na ordem de grandeza. O pedaço cortado nunca é suficiente para cobrir com perfeição, sem que seja necessário o estica e puxa.

- Vem cá. Segura aqui essa parte com força.
- Peraí Marly! Você não me fez parar de fazer o inventário pra isso, né?
- É que não tem mais plástico no rolo.

Frios de supermercado merecem destaque neste assunto. A novela começa ao desembalá-los. Depois de tentar pela diplomacia, sempre acabo apelando, rasgando o invólucro de qualquer jeito, como uma criança avança num embrulho na noite de Natal.

Após tal barbaridade, se você não comer sozinho 350 gramas de salaminho cortados bem fininho, como o alimento voltará para a geladeira sem contaminar os companheiros de prateleira com seu odor característico? Se é que você ainda não reparou, novamente o uso do papel plástico será necessário.

Uma vez, enfurecido com minha ineficiência na ação, acabei me contundindo naquela parte dentada da embalagem, desenvolvida única e exclusivamente para facilitar o corte. A perda de sangue foi grande como o e-mail endereçado ao SAC da empresa.

Sempre que encontro algum alimento coberto na geladeira penso duas vezes antes de manuseá-lo. Prefiro passar fome do que abrir qualquer refratário coberto com o plástico.

Conheço gente que usa Magipack em tudo. Pra embalar controle remoto, produtos de geladeira em geral, móveis, parentes do interior. Tem gente que se enfaixa no produto antes de encarar a velocidade 10 na esteira do prédio. Diz que queima mais calorias. Arrã!

- Queridão, pega lá o Magic Plastic pra mim?
- Pega o quê?
- O troço de embalar as coisas.

Uma boa pegadinha seria embalar uma nota de cem dólares nesse plástico infernal. Seria dez a zero pro plástico, mas cem doleta no bolso. Vale?

3 Comments:

Anonymous Anonymous said...

essa parte de rasgar o inocente e necessario plastico como se fosse presente de natal, me é bem familiar e mais frequente aos fds.


gi

9:03 AM  
Anonymous Anonymous said...

dizem que guardar na geladeira o rolo de magipack ajuda no "manuseamento"

10:11 AM  
Blogger Dani Martins said...

Quer uma idéia? Aquele monte de potinhos que toda cozinha tem, e que é uma caca de guardar e se chama TAPEWARE, potinho ou sei lá o que, geralmente costuma ter tampa, dai vc pode se livrar do desgraçado lazarento do magipack! kkkkk

10:35 AM  

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