Monday, July 11, 2011

É UMA LIBERTADORES DISPUTADA POR SELEÇÕES.

Confusões generalizadas em campo. Torcida rival inflamada na arquibancada. Túnel de ar na hora de descer pro vestiário.

É a Copa América que chega sempre meio sem graça e ganha sua atenção até a entrega da taça. (rima rica mas passível de carrinho na altura da cintura)

A vontade inexplicável de assistir aos jogos truncados desse tipo de torneio é causada pela catimba, ingrediente tipicamente sul-americano, capaz de transformar um simples “cara ou coroa” num festival de voadoras.

- Amor, por que ninguém toca pro de preto?
- Porque aquele é um oficial do Bope, querida, pronto pra agir caso alguém tire a roupa e pule o alambrado.

Segundo historiadores, as rivalidades teriam começado durante a Guerra do Paraguai, quando um apenas esforçado pracinha paraguaio teria aplicado um desmoralizante rolinho num tal de Duque, revelação das categorias de base de um clube de Caxias.


Assim como na Libertadores, o clima é hostil, o ar é sempre rarefeito, mesmo ao nível do mar, e o trio de arbitragem é dos quadros da FIFA, não é, Arnaldo?

- Apita Juan Pablo Menon Gutierrez. Árbitro jovem, de coxas fortes e lábios carnudos.
- Que que é Arnaldo?
- Lábios carnudos, daqueles que apitam com vigor quando o jogo começa a descambar.
- Tá certo, Arnaldo.

Eventos esportivos desse calibre pedem senioridade. Por isso, a Globo aposta sempre no seu triângulo mágico formado por Galvão Bueno, aquele do #calabocagalvao; Arnaldo Cesar Coelho, aquele que abusa do blazer caramelo nas gravações do “Bem Amigos”; e Walter Casagrande Júnior, aquele que, apesar de corintiano, tem o meu e o vosso respeito.

Competições continentais também constituem o habitat perfeito de expressões como “haja coração”, “que sufoco, amigo!” e “quem é que sobe?”, seguidas de um sofrido e longilíneo grito de gol – anotado por equipe modesta louca para fazer história.

Em contrapartida, para satisfazer ao torcedor, temos a mãe de todas as vinhetas sonoras, o mais do que clássico, “Brazil-il-il”, que todo mundo tenta reproduzir com a própria voz, mas fica uma merda. Com certeza você já tentou.

- É Campeonato Paulista?
- Não, Irene, é Copa América.
- Mas Copa América já não foi?
- Aquilo era Libertadores, amor.
- Não é tudo a mesma coisa?
- Até que é. Só que a Copa América é disputada pelas seleções.
- Oba! Adoro ver os italianos.

Por fim, para descobrir quem leva a taça, outra marca registrada do torneio: penalidades máximas, cobradas com extrema violência, sempre no meio do gol pelo alto. Quem tiver um dos chutes defendidos pelo goleiro de cabeleira volumosa e faixinha felpuda, sai cabisbaixo.

Aí termina tudo do jeito que começou: confusões generalizadas em campo. Torcida rival inflamada na arquibancada. Túnel de ar na hora de descer pro vestiário.

- Amor, por que tanta gente dando voadora no de preto?

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Sensacional, Mago!!!

Um dos melhores de todos os tempos.

Abs,
Rojas.

11:34 AM  
Anonymous RScardoa said...

Excelente!!! Nessa libertadores tb tem corinthians pra ficar mais divertido?

8:59 PM  

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