Tuesday, May 22, 2012

POW! SOC! TUF!

Uma clássica onomatopéia dos quadrinhos dá nome a esse reality dedicado ao esporte que mais cresce em todo o mundo. (chupa, golfe!)

- Vééio! Você viu o TUF ontem?
- Nem. É bem no horário do Dr. Hollywood.
- Puts, pode crê!
 
O programa funciona como genérico do Prozac no combate a depressão dominical. Em sua fórmula de sucesso reúne, Galvão, socos e pontapés, dramas existenciais, piriguetes em trajes mínimos, bem versus mal, além de péssimos merchandisings que fazem o cara da TekPix merecer ouro em Cannes.

Tudo começa com Galvão Bueno, em sua luta épica contra a idade, despejando maneirismos e cumprimentos “tapa/soco” durante a transmissão, enquanto explica desnecessariamente o que acontece no programa.
 
- Você está pronto? Tá pronto? Então vamos lá.
(virei tiozinho, tô ficando corcundinha, mas ainda me enturmo com a rapaziada)

Os nomes dos valentões que vão sair no tapa são anunciados. De um lado, os pupilos de Vitor Belfort, o gladiador do terceiro milênio de Deus. O Kaká do Vale Tudo. Do outro, o grupo de malfeitores trinado por Wanderlei Silva.

Se nome de lutador ganhasse briga, a maioria nem precisava entrar no octógono: Pé de Chumbo, Massaranduba, Mutante, Cachorro Louco, Diabo Loiro, Mameluco Assassino.

- E ai, já decidiu?
- Sim. Vou de Betão “Trans” Nascimento.
- Que é isso, Betão? Quer ficar famoso como o transformista do MMA?
- Não, mano. É de “gordura trans”, a maior inimiga da humanidade.
- Tesão!

Vem a pesagem oficial. O lutador se aproxima, tira a camisa, a bermuda, e sobe na balança – tipo “peso e medida” de educação física, só que em rede nacional. Os demais aplaudem enquanto o homem na balança range os dentes e mostra o muque.

Aqui, diferente da seção de frios do Pão de Açúcar, se ultrapassar míseras gramas, não rola tirar umas fatias de presunto da bandeja.

- Perca peso. Pergunte-me como.
- Como?
- Gola rolê dentro do trem na hora do rush.

Depois da pesagem, vem a encarada. Ternura e ódio no mesmo pacote. Nada no mundo do esporte chega perto disso. Dois brucutus, olhos nos olhos, controlando boca e queixinho num esforço supremo para conter o riso.

- Piscou!
- Não pisquei!
- Piscou sim. Dá essa tetinha aqui, dá.
- Não pisquei, porra! Vai encarar?
- Ué, não é isso que estamos fazendo?
- Ah é, mal aê, mano!

Chega o momento mais aguardado. Entra a piriguete mostrando o número do round. Soa o gongo e começa a falsidade. Os lutadores tocam as luvas amistosamente como se já se desculpando pelo que vem a seguir: “mal aê pelo supercílio que eu vou abrir” ou “mal aê pelo genital que eu vou encostar em você na hora da montada”. Nada pessoal.

Depois de uma centena de murros, voadoras, joelhadas, ou uma simples guilhotina bem aplicada, temos o vencedor e a possibilidade de um contrato com o campeonato mais rico do planeta.

Ao perdedor, o gosto amargo da derrota, misturado com o de sangue pisado, e a possibilidade de um contrato de figuração nos filmes do Steven Seagal, que vem logo na seqüência, no Domingo Maior.

Anda, traz o Prozac.

1 Comments:

Blogger Mario Mendes said...

Dri, você é tão bom, mas tão bom que eu acho que vou fechar meu blog! Hahahahahahahaha!

Acho prudente, por se tratar de um blog beduíno, suprimir a faceta gay soft porn (não me canso!) ainda que faça menção à uma encostada de genitália.

Você devia criar uma regra pra nome de lutador de UFC! Tipo como se faz pra descobrir seu nome de travesti: nome do seu primeiro bichinho de estimação + nome da rua da casa onde você foi criado.

Bjo!

1:52 PM  

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