Wednesday, September 20, 2006

FIM DE SEMANA PERSONALIZÁVEL.

Depois de uma seqüência desanimadora de fins de semana com tempo ruim, decidi escrever sobre o tema.

Cansei. Passei dias me bronzeando só de um lado no trânsito, como um hambúrguer tostando enquanto o chapeiro contribui por telefone para o Criança Esperança.

Oba, mas sabadão tá aí. Grande dia para estrear a sunga nova (em tempo: eu sempre usei maiô, mas os tempos mudaram e digamos que não tenho feito muitos amigos usando essa palavra).

Frio, chuva de granizo, tempestade tropical, correntes de massa polar, migração do falcão austral, fenômeno Calypso. Sempre tem alguma surpresa imprevisível para atrapalhar. Quando você teve um ótimo fim de semana?

Eu não me lembro. Filmes repetidos. Comida chinesa, metade arroz metade frango, programas de calouro à tarde. Sim, eu canto junto com eles. Sim, eu torço por eles. Sim, eu realmente acredito que eles um dia vão aceitar o dinheiro para nunca mais voltar.

Aí o sol ameaça sair. Todo mundo corre pra rua como louco. Dedo no olho, soco no baço, rasteira em saci. Sacanagem. Nunca se esqueça de que lá em cima, do outro lado das nuvens, o sol nunca deixa de brilhar. Pro inferno com a auto-ajuda. Se eu precisasse dela, com certeza não me consultaria.

Está na hora de algum político genial lançar um projeto de lei regulamentando o fim de semana personalizável. Ué, não tem quem se lance com imposto único?

Não sei como são os trâmites de aprovações de leis, mas imagino algo como um teatrinho de fantoches lá na frente, bem em cima daquela parte elevada onde fica o brasão da república. Olhos atentos. Alguém começa a falar. Um deputado sentando mais à frente manda um sonoro shhhhh. Começa a apresentação. Dez minutos de vozes caricatas acompanhadas de uma musiquinha composta apenas de refrão “mamãe, sai dessa cama, chegou a hora, fim de semana.... mamãe, sai dessa cama, chegou a hora, fim de semana”. Acho que daria para aprovar.

A lei teria um parágrafo único dizendo que todo e qualquer cidadão, incluindo os do Distrito Federal, que, não sei porque, imagino bem baixinhos, do tamanho de máquinas lava-louças, teriam o direito ao descanso semanal de dois dias, a escolher. Igualzinho no WAR quando você saia com a árdua tarefa de conquistar a Europa a Oceania e mais 3 territórios a sua escolha.

E você nem precisaria avisar nada. Os dias tirados deveriam apenas ser seqüenciais. Ou seja, nada de pegar segunda porque tá sol, e desencanar da terça porque no filme da Sessão da Tarde não terá nenhuma turminha do barulho aprontando as maiores confusões.

Isso não quer dizer que eu só optaria pelos dias ensolarados. Quem nunca acordou numa segunda-feira com chuva na persiana pensando em tirar o dia para procurar nomes engraçados na lista telefônica de Alagoas?

Pensem bem. Um mundo com finais de semana personalizáveis traria paz, até mesmo porque acabaria com o conceito pré-estabelecido de fins de semana. O mundo estaria eternamente de plantão. Você trabalha, seu vizinho descansa. Seu vizinho descansa, a secretária bilíngüe trabalha. A secretária bilíngüe descansa, sua tia Maria José trabalha, e assim por diante.

Diminui o trânsito, diminui a poluição, diminui a raiva coletiva do tema de abertura do Fantástico. Já pensou? Se você trabalhasse até tarde no domingo, nem saberia que o Bial estava de cáqui.

Foi dormir tarde na terça, fim de semana quarta e quinta. Acordou indisposto na quinta, só volta a trabalhar no sábado. Com isso, acabamos com o conceito de “fim” de semana. Ele torna-se algo como dobradinha do descanso aleatório. Dueto delícia. Duplinha maravilha. Sei lá.

Se mesmo assim as coisas não melhorarem, desisto. Melhor que isso. Ligo para algum dos nomes engraçados da lista de Alagoas, e peço asilo. Pelo menos lá, todo fim de semana tem sol.

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Bem que seria gostoso...E se ninguém precisasse trabalhar nas sextas-feiras...já pensou??? Semana útil de 4 dias?? Que beleza!!! Mas não se anime muito, pois a metereologia está interligada ao seu trabalho. Se você tem que trabalhar, faz sol. Quando o final de semana ou a folga ou as férias se aproximam, o tempo vira. E a vontade de socar a Rosana Jatobá, a Flavia Freire ou a Michele Loreto quando o final de semana se aproxima e elas começam a dar previsão do tempo falando: "E uma nova frente fria se aproxima do sudeste, vinda da Argentina e do Sul do país"...que raiva...

Saudações,
Roberto Salomão (vulgo Pe. Marcelo)

5:57 AM  

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