O CARA QUE DÁ NOME AOS BOIS.
Não sei se você também leu por aí, mas descobriram um novo membro da família de planetas anões do Sistema Solar, e a União Astronômica Internacional (calma, eu juro que o texto é legal) já deu nominho pra ele: é Makemake (lê-se maki-maki).
Planetas anões, Makemake, União Astronômica Internacional, que diabos?
É, também perdi a fome e o sono imaginando o Nelson Ned com um planeta anão em movimento de translação ao redor do seu corpinho sob o título do disco “amor em rota de colisão”.
De verdade, o que mais me incomodou nisso tudo foi descobrir que existe uma pessoa, diplomada, respeitada, nomeada e assalariada, com a função de batizar todas as coisas que são descobertas. Como assim?
- A partir de hoje, o mundo a conhecerá como Ndátila. Assim mesmo, com “n” mudo.
- O quê? Eu, uma enzima da minha estirpe, com “n” mudo? Negativo.
- Ndátila e ponto final.
- Droga!
Assim que o planeta anão foi descoberto, passaram a mão no telefone e chamaram este gênio das alcunhas, de cargo vitalício, para resolver a situação. O pedido do serviço dizia: nomear o novo planeta anão do Sistema Solar, descoberto nas redondezas de Netuno. O astro possui brilho fraco e cor avermelhada e sua superfície está coberta por uma camada de gás metano.
- Babaganuch.
- Mas isso é um prato árabe.
- Puts, é mesmo. Que tal, Makemake?
- Hum, não tão forte como Etérnia, mas passa a mensagem.
- Etérnia foi o meu auge, né?
Novas espécies, pomadas de uso tópico, jogos de tabuleiro. Se é novidade, manda pro cara que ele resolve. Vez ou outra presta consultoria para nossa policia federal, ou você acha que operação Satiagraha, Pandora e Anaconda nascem da mente criativa do Tenente Gomes?
Tititi, Rosa Paquera, Tieta, Meia de Seda, Ninfetinha, Obsessão. Sim, o nome dos esmaltes de unha também levam a sua assinatura. Que critérios deve usar para que, um vermelho com verniz seja “Quinta Avenida” e um mais puxado pro laranja “Deixa Beijar”? O cara manja.
Se você também é do tipo que ocupa a mente com pensamentos aleatórios para não cair na armadilha de pensar em trânsito, impostos e meias brancas esticadas, certamente já deve ter dedicado minutos intermináveis no porquê de determinado nome. Eu faço isso a todo instante: amianto, cotovelo, fúcsia, bisnaga, potranca, alabarda, emulsão, glote.
- Clóvis!
- Mas é o nome do meu pai.
- Tá bom, tá bom. Registra o bicho como pavão. Pa-vão. Sonoro, oxítona, e com “a-ó-tio” no final. Perfeito.
Enfim, tiro meu chapéu para esse cara que dá nome aos bois, mesmo sem saber o seu nome verdadeiro. Só não estou convencido ainda da lógica adotada no batismo do novo planeta, com características que não poderiam ser ignoradas, como “anão” e cheio de “gás metano”. Acho que “punzinho” ficava melhor.
Planetas anões, Makemake, União Astronômica Internacional, que diabos?
É, também perdi a fome e o sono imaginando o Nelson Ned com um planeta anão em movimento de translação ao redor do seu corpinho sob o título do disco “amor em rota de colisão”.
De verdade, o que mais me incomodou nisso tudo foi descobrir que existe uma pessoa, diplomada, respeitada, nomeada e assalariada, com a função de batizar todas as coisas que são descobertas. Como assim?
- A partir de hoje, o mundo a conhecerá como Ndátila. Assim mesmo, com “n” mudo.
- O quê? Eu, uma enzima da minha estirpe, com “n” mudo? Negativo.
- Ndátila e ponto final.
- Droga!
Assim que o planeta anão foi descoberto, passaram a mão no telefone e chamaram este gênio das alcunhas, de cargo vitalício, para resolver a situação. O pedido do serviço dizia: nomear o novo planeta anão do Sistema Solar, descoberto nas redondezas de Netuno. O astro possui brilho fraco e cor avermelhada e sua superfície está coberta por uma camada de gás metano.
- Babaganuch.
- Mas isso é um prato árabe.
- Puts, é mesmo. Que tal, Makemake?
- Hum, não tão forte como Etérnia, mas passa a mensagem.
- Etérnia foi o meu auge, né?
Novas espécies, pomadas de uso tópico, jogos de tabuleiro. Se é novidade, manda pro cara que ele resolve. Vez ou outra presta consultoria para nossa policia federal, ou você acha que operação Satiagraha, Pandora e Anaconda nascem da mente criativa do Tenente Gomes?
Tititi, Rosa Paquera, Tieta, Meia de Seda, Ninfetinha, Obsessão. Sim, o nome dos esmaltes de unha também levam a sua assinatura. Que critérios deve usar para que, um vermelho com verniz seja “Quinta Avenida” e um mais puxado pro laranja “Deixa Beijar”? O cara manja.
Se você também é do tipo que ocupa a mente com pensamentos aleatórios para não cair na armadilha de pensar em trânsito, impostos e meias brancas esticadas, certamente já deve ter dedicado minutos intermináveis no porquê de determinado nome. Eu faço isso a todo instante: amianto, cotovelo, fúcsia, bisnaga, potranca, alabarda, emulsão, glote.
- Clóvis!
- Mas é o nome do meu pai.
- Tá bom, tá bom. Registra o bicho como pavão. Pa-vão. Sonoro, oxítona, e com “a-ó-tio” no final. Perfeito.
Enfim, tiro meu chapéu para esse cara que dá nome aos bois, mesmo sem saber o seu nome verdadeiro. Só não estou convencido ainda da lógica adotada no batismo do novo planeta, com características que não poderiam ser ignoradas, como “anão” e cheio de “gás metano”. Acho que “punzinho” ficava melhor.