Tuesday, September 08, 2009

A... STOP.

- C.
- Já foi.

Que atire a primeira Kilométrica (a caneta simpática) roída na tampa quem nunca jogou Stop.

Este jogo cultural vem ajudando há muitos e muitos séculos nosso cérebro a trabalhar, catequizando de forma alternativa a humanidade.

Cidades, estados e países. Ou, na gíria do stop, CEP. Os pensamentos vasculham cada caixinha empoeirada da nossa memória atrás dos fascículos da coleção “Atlas da Folha” em busca de algo bom com a letra “e”.

- Não, pode parar. Tá doido? Não valeu!
- Valeu sim.
- Esmeralda em cor até passa, mas Etérnia não existe, Rangel!

Não sei qual é o seu estilo de jogo. Eu curto as respostas mais elaboradas e até polêmicas, o que as vezes me impede de gritar a plenos pulmões “stop” antes dos outros.

Vi numa dessas revistas de academia que Power Stop e Truco Lift trabalham os mesmos músculos e queimam 800 calorias em 40 minutos.

Nêspera.

Não me lembro de sequer uma partida em vida que alguém não tenha colocado essa fruta com “n”.

Outros clássicos que aparecem logo atrás nas estatísticas são: Opala, macaco, Tânia, ferrugem, gelo, lhama, Dinamarca, e Fúlvio Stefanini, como ator.

Animais costumam liderar as reclamações endereçadas ao PROCON: dragão, dinossauro, Pikachu e Glomer (bichinho da Punky) não valem desde a assinatura do tratado de Varsóvia, aliás, uma ótima pedida para CEP com “v”.

- Camelô não é profissão! Não é profissão! Não é!!!
- Calma, Kassab. É só um jogo.

É fácil imaginar uma versão televisiva do jogo, com artifícios de ajuda, como os universitários e as cartas. Nesse caso, o jogador poderia perguntar frutas ao feirante, animais ao biólogo, carros ao mecânico e até marcas de cigarro à uma simpática freqüentadora de bingos.

Alguns jogadores gostavam ainda de inventar e propor novas categorias para aumentar o grau de dificuldade da disputa: bebidas; artistas falecidos; partes do corpo; etc. Na era mais nerd que se tem notícia, temo ver incorporada a categoria “comunidades de Orkut”.

- Minha sogra é?
- Bigoduda.
- Valmir!
- Que foi? Colocou o mesmo? Droga, devia ter ido de bastarda mesmo.
- Valmir!!!

Nunca, jamais, em hipótese alguma caia na besteira de incluir “minha sogra é?” se a disputa for contra esposas, noivas, namoradas, ou tico-tico-no-fubás.

Relacionamentos duradouros com o de Bonner e Fátima quase foram pro saco por conta disso. Aliás, Fátima vale em F, mas Bonner, que é sobrenome, não vale em B.

Na hora da contagem dos pontos testa-se a idoneidade e o caráter do participante. Algumas lojas de crediário usam o jogo, maquiado de cadastro, para ganhar a simpatia do comprador.

Por fim, lembro também da mag... - Stop!

Posso pelo menos terminar a palavra? - Não.