Tuesday, October 27, 2009

2016.

Tudo bem que eu perdi a queima de fogos e o super show do Lulu, mas perder a chance de falar sobre este grande acontecimento, ah, isso eu não ia.

Talvez por ter nascido em ano olímpico, goste tanto desse evento. Assisto absolutamente tudo. Comento, assopro com força aquela corneta plástica, torço sempre contra os Estados Unidos e a favor das ex-repúblicas soviéticas, principalmente, Geórgia, sabe-se lá por que.

- Pedro, volta pra novela.
- Mas amor! É quartas de final do badminton.
- Devolve o controle, Pedro!
- Calma linda, tá aqui.
- Agora dá o meu chipeee! Pedrooo!

Muita gente me parece contra a escolha da cidade maravilhosa. Não sei se é inveja ou só tipo mesmo. Fato é: vai ser bom pra todo mundo.

Há uma frente defendendo que o Brasil só está ganhando tudo quanto é disputa porque, segundo o calendário Maia, o mundo acaba em 2012, um ano após meu estoque pessoal de Phebo glicerina.

- O Rio espera o mundo de braços abertos.
- Não tinha nada mais criativo pra colocar, Samir?
- Vamos nessa que é bom a beça?
- Ai, Cristo!

Não se via tanto orgulho no semblante do carioca desde o fim de “As noivas de Copacabana” ou da vez em que o carro alegórico “de médico e louco todo mundo tem um pouco” pegou fogo.

- Aih rapá, manêro, vai valorizar geral: São Conrado, Urca, Arpoador, Barra.
- Por que você tá falando assim, Martins? Você nem é carioca? Tá bobo ou o quê?
- Ih, ó cara-aih, tirou onda, hein?
- Merda de Casseta.

Parágrafo hino: em caso de ouro, sugiro trocarmos a execução do hino nacional brasileiro, vide case Vanusa, por qualquer uma do Djavan que todo mundo conhece.

Também ouvi dizer que já estudam a confecção do mascote. Seria algo meio macaco, meio pau-brasil, meio Sarney. A Maritel já entrou na briga pela patente da pelúcia e a Dizzioli, pela dos doces cheios de conservantes.

- Diz que pode ir de sunga na cerimônia de abertura.
- Ih, maneiro.

Fico ansioso desde já para saber a curiosidade que os cartazes “filma eu, Galvão”, nas arquibancadas, vão suscitar na comunidade européia.

A inteligência americana vai achar que o comando vermelho simboliza a volta ao comunismo. A guerra fria voltará a se instaurar, dessa vez nos trópicas. A cortina de ferro será de cipós. E eu vou morrer de vergonha dos termos que os jornalistas vão achar para falar sobre isso.

“Ai... ai-ai-ai... ai-ai-ai-ai-ai-ai-ai... em cima embaixo puxa e vai”.

A saída dos estádios será um evento à parte: calabresa, pernil e dogão completo são algumas iguarias que um bando de turistas com pele de boto passarão a conhecer e respeitar.

- Me veah un Dugáun..
- Dogão, gringo burro.
- Gringow burrow

E como num trabalho de conclusão de curso universitário, tudo se resolverá na madrugada anterior à entrega, quando estádios, ginásios e alojamentos, ainda com cheirinho de Suvinil látex, serão inaugurados por algum candidato a reeleição, ou pelo Renato Aragão.

O fogo, a terra, a água, o ar, ou a paixão?
Quem vai acender a pira? Vale esperar para conferir.

Monday, October 05, 2009

IEMANJÁ RULES!

Não sei se já mencionei, mas sou completamente apaixonado por água.

Água de mar, de rio, de lagoa, piscina, represa, esguicho, enchente. E entre todas as opções, minha favorita é a salgada do mar.

- E pensar que ¾ desse lindo planeta são recobertos por água...
- Precisa dizer isso toda vez que a gente chega na praia, Samir? Que saco, esse Box do Telecurso 2000 tá te deixando insuportável.

Tem gente que consegue ir à praia e passar o dia todo sem nem sequer molhar os pés. Tá bom que eu exagero um pouco mas, peraí, ficar sem um mísero mergulhinho é de partir o coração.

Justo o mar que relaxa, acalma, refresca.

Dentro de sua água você é capaz de quase tudo, faz movimentos impensados em terra firme. Bóia, dá piruetas, mortais, parafusos. Torna-se um Diego Hipólito oceânico. OK, ele deve detestar água de mar e carne mal passada.

- E pensar que ¾ desse lindo planeta são recobertos por água...
- Cala a boca, Nemo!

Para o plantio de bananeiras a água salgada oferece a resistência perfeita para sua melhor execução. Vai lá, bonzão. Tenta fazer igual no seco.

Água no umbigo, sinal de perigo. Acredito que rimas como essa são mais perigosas e traiçoeiras do que as correntezas.

Mesmo assim, a água do mar pede respeito. Muito se engana quem pensa que basta chegar, jogar longe as chinelas e correr todos juntos na mesma direção, tipo futebol de primário.

Quando está frio, temos que ser fortes e seguir. Vale tudo, até apelar pra entrada de ladinho feminina. Sim, muitas vezes sacrifícios são pedidos em nome da hombridade. Acredite, regressar seco é muito pior do que tremendo de frio.

- Ué? O Machão não disse que tava louco pra entrar?
- Tava, mas achei melhor voltar.
- Por que? Tava friozinho, tava?
- Ah, cala essa boca e me empresta a canga.

Ou ainda:

- Nossa, mas por que será que essa água é tão gelada?
- Por que é o mar Morto, idiota.

O mar, além de banho, proporciona condução mais eficiente que os fretados. São os famosos jacarés, travessias que conduzem o banhista ao rasinho, cobrando, vez ou outra, uma tarifa simbólica, paga com a sunga ou a parte de baixo do biquíni.

Ao final do dia, quem achou que sairia ileso da praia recebe uma lambida oceânica de aviso, seguida de um leve sussurro de “ó se eu quisesse”, audível apenas para aqueles que beberam Campari.

A subida da maré pega mais gente de surpresa do que o time de animadores da rede Costa Cruzeiros.

- E pensar que ¾ desse lindo planeta são recobertos por água...
- Que bom que ¼ disso tudo é seu né, seu Minalba?
- Cala a boca, puxa-saco!

Definitivamente, Iemanjá rules!