Thursday, January 10, 2013

AR CONDICIONADO OU VENTILADOR DE TETO?

Na carona do verão chegam também a famosa costeleta de suor e a micro-piscininha umbilical.

Aí, minha gente, das duas uma: ou você abusa da regata canelada – o que não é tão aconselhável em tempos de Instagram – ou apela para o ar condicionado, este burguês da refrescância ambiental, ou um simples ventilador de teto, solução, digamos, mais paleolítica.

Para a turma do ar, a maior dificuldade é o ajuste do termostato. Um mísero grau, para cima ou para baixo, pode ser a diferença entre uma noite refrescante de sono ou o precoce divórcio do casal de pombinhos.

Alguns historiadores defendem inclusive que o conflito no Oriente teria começado por um desentendimento dessa ordem.

- Salim, inferno, já falei pra deixar nos 21 graus.
- É muito frio, Isaack.
- Tô derretendo.
- Quem manda não aparar essa maldita costeleta e desfilar de terno escuro no deserto?

No caso do ventilador de teto, o problema é rítmico. Uma porca mal ajustada ou a falta de óleo nas engrenagens pode convidar o ilustre e intermitente “nhéc-nhéc-nhéc” a passar a noite com você.

- Falei pra pegar o quarto com ar, Conrado.
- Mas era mais caro, meu broto.
- Dez reais. Dez reais, mais caro! Puta economia estúpida!
- Mas ventilador de teto é tão praia, amor... Além do mais, sobra mais dinheiro pra gastar na feirinha e...
(o ventilador desprende-se do teto e põe fim à discussão)

Aliás, no quesito barulho, o ar condicionado não fica tão atrás. Dependendo do estado de conservação ou potência do equipamento, você sente como se o Darth Vader estivesse no quarto, agachadinho ao lado do criado-mudo, respirando bem pertinho de você.

Além do já citado, o tema ventilador e ar gera acalorados debates na comunidade dos otorrinos, em sua cruzada contra a rinite e a secura da garganta.
Em tempo: pronunciar otorrinolaringologista em ambiente pouco refrigerado pode levar a desidratação.

Ruim com eles, pior sem eles. Dia desses, o ar do aeroporto do Rio inventou de parar. Ora, se os controladores, as comissárias e até a mulher da voz aveludada “Infraero, informa” já tinham feito greve, por que não o responsável pelo clima?

Na ocasião, o que mais se ouviu da boca de brasileiros foi “imagina na Copa” e, na ala dos gringos, “caipirinha, bunda e mulata”.

Por isso mesmo, pra não dar chabu, muitos estabelecimentos oferecem as duas soluções.

- Jacinto, precisa mesmo deixar os dois ligados?
- Claro que precisa. Tá pago!
- Mas e o desperdício? Cadê a consciência ambiental?
- Quando você desligar o secador e a chapinha, eu te respondo.

E assim, mais uma vez acaba a energia na noite da virada na praia. Alguém tem um leque?